Antes do selo postal ser adoptado, a correspondência era conduzida por estafetas que hoje são chamados de carteiros, e paga no destino de acordo com a distância percorrida. A grosso modo, pagava-se 10 réis para cada 15 léguas percorridas para entregar uma correspondência. Em 1829 foi fixado um valor máximo de 200 réis para o primeiro porte. Esta foi a primeira medida socialmente relacionada com o pagamento das cartas. Como antes de 1843 quase não existiam envelopes, o remetente empregava uma folha de papel dupla e após redigir a mensagem, esta era dobrada adequadamente e fechada com um lacre no verso. A filatelia brasileira chama esta mensagem de sobre-carta.
O estafeta conduzia esta mensagem até o destinatário e o anotava sobre o lado externo , à tinta , o valor pago no destino. A missiva recebia no seu exterior um carimbo que indicava a procedência e os eventuais pontos de trânsito desta correspondência.
Estas peças são chamadas de "Pré-Filatélica" e são coleccionadas de acordo com os carimbos de saída e de trânsito. A lei nº 243, no artigo 17 de 30 de Novembro de 1841, autorizou a reforma dos Correios. Em 3 de Novembro de 1842 foi enviada pelos Srs. Bernardo Pereira de Vasconcelos e José Cesário de Miranda Ribeiro, a proposta de reforma da qual destacamos: " No cálculo dos portes só se atenderá ao peso das cartas. Não serão estes pagos nos Correios, que as entregarem, mas adiantadas nos que as receberem, por meio de papel selado do tamanho de uma pequena moeda de prata, vendido por quem a Autoridade designar e colado no sobrescrito das cartas ". Nasciam assim em 01 de Agosto de 1843, os primeiros selos brasileiros, chamados de “OLHOS DE BOI" cujos valores faciais eram de 30 - 60 - 90 Réis e o Brasil passou a ser o primeiro país das Américas a adoptar o SELO POSTAL.
O porte era pago adiantado e por outro lado muitos usuários, acostumados a pagar as cartas recebidas, não sabiam destas alterações. Como em todo o mundo, no Brasil, também haviam os espertinhos, que através de alguns estafetas arrancavam os selos (Olhos de boi) que mediam cerca de 3,5 X 3,5 cm e cobravam a missiva duas vezes, diluindo desta forma a receita dos Correios. O Inspector da Tesouraria de Sergipe, conhecedor deste fato, escreveu para o Diretor dos Correios no Rio de Janeiro, sugerindo que o Selo Postal brasileiro fosse menor e em papel mais fino. Por este motivo, surgiram e, 01 de Julho de 1844, os SELOS INCLINADOS , primeiramente nos papéis remanescentes dos Olhos de Boi e posteriormente em papéis finos provenientes da Inglaterra. Em 1866 o Brasil realiza mais uma grande reforma postal aumentando o porte de uma carta simples de 60 Réis para 100 Réis e para atender aos novos portes, lança os selos com a efígie do imperador Dom Pedro II. Estes selos foram produzidos pela American Bank Note Co. de Nova Iorque. Em 1881 os selos voltam a ser impressos no Brasil.
Os 69 selos do Brasil império constituem a base de nossa filatelia e os filatelistas os chamam de REGULARES ou PRINCIPAIS. Estas emissões existem até os dias de hoje. Posteriormente muitos selos foram editados visando atender à diversas necessidades postais. Podemos destacar como exemplos os SELOS PARA JORNAIS -> a partir de 1889 destinados ao envio de jornais e revistas. Eram selos de uso exclusivo dos Editores e Jornalistas.
Foram sobre-taxados em 1898/99 e passaram a ser selos regulares. SELOS PARA FRANQUIA TELEGRÁFICA -> a partir de 1869 que indicavam o valor pago pela mensagem telegráfica. SELOS DE GUERRA -> para a campanha do Paraguai que indicavam a isenção de porte dos soldados em campanha. SELOS DE TAXA DEVIDA -> (multa) que indicavam o valor a ser pago pelo destinatário no caso do sub-porteamento por parte do remetente. SELOS COMEMORATIVOS -> que a partir de 1900 passaram a ser emitidos até os dias de hoje.
Sem comentários:
Enviar um comentário